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2012 - Livro Vermelho 2013

Ocotea curucutuensis Baitello NT

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 02-04-2012

Criterio:

Avaliador: Maria Marta V. de Moraes

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécieocorre nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, com EOO de 28.963,5 km². Próximoao limiar de vulnerabilidade e em menos de 10 locais em situação de ameaça, emboraas áreas de ocorrência estejam quase todas inseridas em unidades de conservação (SNUC),estas ainda sofrem forte pressão antrópica, com degradação da floresta nativa.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Ocotea curucutuensis J.B. Baitello;

Família: Lauraceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Ocotea curucutuensis foi descrita com base no material de P.Affonso 168, tendo como localidade típica o núcleo Curucutu, no extremo suldo Município de São Paulo. Inicialmente foi considerada uma espécie endêmicadesta localidade, porém, após análise de espécimes identificados anteriormentecomo Ocotea spixiana, a qual se assemelha por suas flores densamentepubescentes, de grandes dimensões para a família, pistilo e pistilóide muitorobustos, talvez os maiores conhecidos para o gênero. Diferem especialmentequanto ao tamanho do fruto que é duas a quatro vezes maior em O. curucutuensis, além dopecíolo mais robusto e da lâmina foliar mais rígida (Baitello, 2001; Quinet,2008).Pelas semelhanças entre Ocotea curucutuensis e O. spixiana e por ambas seremunissexuadas, Ocotea curucutuensis permaneceu confundida com aquela edesconhecida por mais de 100 anos, desde que o primeiro material botânico foicoletado pelo naturalista francês A. F. M. Glaziou, em 1880, na Serra dosÓrgãos, Estado do Rio de Janeiro, que se encontra depositado no Herbário doInstituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) (Arzolla et al., 2009).

Dados populacionais

Não há estudos populacionais disponíveis para a espécie porém Arzolla et al. (2009) relatam que registros fora de unidades de conservação (SNUC) são daregião do Pico do Itapeva, em Campos do Jordão, onde se encontra uma altaabundância de indivíduos de O. curucutuensis.

Distribuição

Distribui-se nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Quinet et al., 2001).

Ecologia

Árvore ou arvoreta de 2-10 malt., dióica. Folhas alternas,rígido-coriáceas, elípticas a oblongo-lanceoladas, face abaxialferrugíneo-lanuginosa. Inflorescênciaaxilar, tirsóide. Flores diclinas,ferrugíneo-lanuginosas. Frutobacáceo, obovóide ou sub-globoso, envolvido por cúpula rasa,ferrugíneo-velutina a glabrescente. Floração: de março a maio;frutificação: de novembro ajaneiro, e em março e agosto (Quinet, 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Dentre as áreas de ocorrência, a região doPico do Itapeva é aquela que se encontra mais ameaçada. Pelo Código Florestal(Lei Federal n o 4.771/1965), essa área situa-se em Área de Preservação Permanente (APP) por localizar-se acima de 1.800 m. Esse tipo de APP não tem restringidoefetivamente a supressão de florestas e a conversão para outros usos na regiãodo Pico do Itapeva. Tal área é de fácil acesso e está sob forte pressãoantrópica, pela substituição de florestas nativas para a instalação deempreendimentos residenciais ou hoteleiros, e atividades agrossilvopastoris, oque indica a necessidade de adoção de medidas efetivas de proteção (Arzolla etal., 2009). Apesar da proteção legal da área deCurucututu, projetos de grandes empreendimentos de infra-estrutura, como linhasde transmissão, represas e estradas de rodagem, ameaçam a integridade do parque(Garcia; Pirani, 2006).

Ações de conservação

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: As áreas de ocorrência de O. curucutuensis encontram-se quase em suatotalidade inseridas em unidades de conservação (SNUC). No Estado de São Paulo, háregistros em três localidades do Parque Estadual da Serra do Mar; nos NúcleosCurucutu, Itutinga-Pilões e Picinguaba. No Estado do Rio de Janeiro, essaespécie é encontrada nos Parques Nacionais do Itatiaia e Serra dos Órgãos, nasReservas Ecológicas de Macaé de Cima e da Juatinga e no Parque Estadual dos TrêsPicos, criado em 2002, em áreas de Floresta Ombrófila Densa Montana a Alto-Montana. Tais locais são em geralde difícil acesso, podendo ser alcançados quase que exclusivamente por trilhas(Arzolla et al., 2009).

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- QUINET, A. O Gênero Ocotea Aubl. (Lauraceae) no Sudeste do Brasil. Tese de doutorado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2008.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- QUINET, A.; BAITELLO, J.B.; MORAES, P.L.R.D. Lauraceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2011/FB008441>.

- BAITELLO, J.B. Novas espécies de Lauraceae para a Flora Brasileira. Acta bot. bras., v. 15, n. 3, p. 445-450, 2001.

- GARCIA, R.J.F.; PIRANI, J.R. Aspectos florísticos para programas de conservação do núcleo Curucutu, Parque Estadual da Serra Do Mar, São Paulo, SP. CONGRESSO BRASILEIRO DE UNIDADE DE CONVERSAÇÃO, 2006.

- ARZOLLA, F.A.R.D.P.; BAITELLO, J.B.; SHERPHERD, G.J.; PAULA, G.C.R.D.; BERTONCELLO, R. Uma revisão da distribuição de Ocotea curucutuensis J.B. Baitello na região sudeste do Brasil. Biota Neotrop., v. 9, n. 1, 2009.

Como citar

CNCFlora. Ocotea curucutuensis in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Ocotea curucutuensis>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 02/04/2012 - 13:39:55